sexta-feira, 4 de maio de 2012

Caracterização do bairro onde nasci. Cap III




Em relação ao convívio existente no Bairro, um dos consensos existentes é o facto de, no início da formação do Bairro, existir muito mais convívio do que existe hoje em dia.

Em parte esta questão, na minha opinião, aconteceu de forma geral com toda a população portuguesa, deve-se em concreto à não existência de televisão em casa de cada um, obrigando as pessoas a sair mais de casa para confraternizar.
Um dos locais de ponto de encontro eram os cafés e o Clube Atlético da Musgueira Sul, ia-se a este local para ver televisão, uma das poucas existentes no Bairro, muitos até iam para o centro do Lumiar.

Telefones também existiam poucos. Na minha rua só apenas havia uma vizinha, moradora na Rua F n.º 8, D. Angelina, que tal como acontecia em muitas aldeias portuguesas e porque era das poucas residentes a ter telefone disponibilizava-o a quem lho pedisse. Outro local era na mercearia que tinha um contador de períodos e no final da chamada pagava-se o respectivo valor da contagem, até 1974 foram poucos eram aqueles que o possuíam.
                                                                                                                  
Inicialmente o abastecimento de água, era feito graças à existência de três chafarizes públicos, razão complementar para justificar uma maior agitação das ruas e largos do Bairro.

Alguns moradores sem darem conta contribuíam bastante para o convívio fortificando as suas relações sociais, desenvolviam activamente na organização de passeios religiosos, nomeadamente a Fátima entre outras regiões do país, quando o escudo era moeda forte em relação a peseta, o destino era Espanha.
                                                                                                                         
Tipo de brincadeiras das crianças do Bairro da Musgueira Sul, há a enumerar o seguinte tipo de “divertimentos” que faziam parte das referências das crianças do Bairro.

  • Andar de bicicleta, quem tinha ou partilhava c/ os outros meninos;
  • Bater as portas e fugir;
  • Bater as panelas e tachos no final do ano;
  • Reunir em volta da fogueira durante as festas de S. João e final de ano;
  • Ir à "chinchada" de pêras, figos, laranjas, pêssegos e outros frutos que existissem nos quintais e quintas das zonas vizinhas ao Bairro;
  • Brincar ao "Toca e foge";
  • Fazer corridas com carrinhos de esferas;
  • Fazer corridas com caricas;
  • Saltar a corda;
  • Brincar a macaca;
  • Brincar ao peão;
  • Brincar ao bate pé.                                                                       
Hoje em dia, com o desenvolvimento social, económico e técnico, vêm condicionar em muito a nossa sociedade e por sua vez, a nossa forma de estar.

Assim neste contexto, os meus filhos, não tem a mesma liberdade e estão muito mais condicionados as suas quatro paredes da habitação, muito devido a um contexto humano recheado de imperfeições.

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