quinta-feira, 24 de maio de 2012

Emigração



Embora seja uma experiência curta, foi bastante importante para mim espreitar a Europa, para depois realizar uma comparação com nosso país e devo dizer que são abismais, considero que Portugal encontra -se efectivamente no rabo da Europa.

Fui até à SUIÇA 1994 - Encontrei um país muito organizado, encontrei um povo muito empenhado na preservação da natureza e na sua cultura.

Mas pela primeira vez na minha vida, senti na pele o significado da palavra xenofobia, que não é mais que o medo irracional, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros, embora a comunidade Portuguesa seja bem vista, não deixamos de ser estrangeiros – emigrantes.

Foi o único ponto negativo que encontrei, achei o povo Suíço, um povo frio.

Nós somos um povo com tradição no que diz respeita à Emigração, desde o século XV somos um país de emigrantes, facto que na minha opinião acabou por condicionar toda a nossa história.

Como é do conhecimento geral, nos séculos XV e XVI a emigração dirigiu-se sobretudo para as costas do norte de África (Marrocos), ilhas atlânticas (Açores, Madeira, São Tomé, Cabo Verde, Canárias) e depois da descoberta do caminho marítimo para a Índia (1498) espalha-se pelo Oriente, mantendo-se muito activa até finais do século XVIII.  

Em meados do século XVI aumenta a emigração para o Brasil, o qual acaba por se tornar no século XVII no principal destino dos portugueses, o que se manterá sem grandes oscilações  até finais dos anos 50 do século XX.
Em finais do século XIX os portugueses começam a procurar activamente novos destinos alternativos ao Brasil, quer na Europa,   quer no outro lado do Atlântico.

Ao longo do século XX, fora da Europa, espalham-se pelos EUA, Argentina, Venezuela, Canadá, Austrália, etc. O fluxo emigratório para África aumenta, em especial para Angola, Moçambique e outras regiões da África Austral como a África do Sul, Zimbabwe ou o Congo.  

A grande debandada do país, ocorre todavia a partir de finais dos anos 50, e dirige-se agora para a Europa: França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Suíça, etc. O impacto deste surto emigratório será tão forte que abala toda a sociedade portuguesa. Em menos de dez anos, emigram para a França, por exemplo, mais de um milhão portugueses.   

Hoje em dia, convivo diariamente com colegas e residentes de várias comunidades / etnias, cada vez mais me tenho vindo a aperceber que é fundamental que os tratemos de igual para igual com respeito e fundamentalmente sendo solidários.

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