Embora seja uma experiência curta, foi bastante
importante para mim espreitar a Europa, para depois realizar uma comparação com
nosso país e devo dizer que são abismais, considero que Portugal encontra -se
efectivamente no rabo da Europa.
Fui até à SUIÇA 1994 - Encontrei um país muito organizado, encontrei um povo muito empenhado na
preservação da natureza e na sua cultura.
Mas
pela primeira vez na minha vida, senti na pele o significado da palavra
xenofobia, que não é mais que o medo irracional, aversão ou a profunda
antipatia em relação aos estrangeiros, embora a comunidade Portuguesa seja bem
vista, não deixamos de ser estrangeiros – emigrantes.
Foi
o único ponto negativo que encontrei, achei o povo Suíço, um povo frio.
Nós
somos um povo com tradição no que diz respeita à Emigração, desde o século XV
somos um país de emigrantes, facto que na minha opinião acabou por condicionar
toda a nossa história.
Como
é do conhecimento geral, nos séculos XV e XVI a emigração dirigiu-se sobretudo
para as costas do norte de África (Marrocos), ilhas atlânticas (Açores,
Madeira, São Tomé, Cabo Verde, Canárias) e depois da descoberta do caminho
marítimo para a Índia (1498) espalha-se pelo Oriente, mantendo-se muito activa
até finais do século XVIII.
Em
meados do século XVI aumenta a emigração para o Brasil, o qual acaba por se
tornar no século XVII no principal destino dos portugueses, o que se manterá
sem grandes oscilações até finais dos anos 50 do século XX.
Em
finais do século XIX os portugueses começam a procurar activamente novos
destinos alternativos ao Brasil, quer na Europa, quer no outro lado do
Atlântico.
Ao
longo do século XX, fora da Europa, espalham-se pelos EUA, Argentina,
Venezuela, Canadá, Austrália, etc. O fluxo emigratório para África aumenta, em
especial para Angola, Moçambique e outras regiões da África Austral como a
África do Sul, Zimbabwe ou o Congo.
A
grande debandada do país, ocorre todavia a partir de finais dos anos 50, e
dirige-se agora para a Europa: França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo,
Suíça, etc. O impacto deste surto emigratório será tão forte que abala toda a
sociedade portuguesa. Em menos de dez anos, emigram para a França, por exemplo,
mais de um milhão portugueses.
Hoje em dia, convivo diariamente com colegas e
residentes de várias comunidades / etnias, cada vez mais me tenho vindo a
aperceber que é fundamental que os tratemos de igual para igual com respeito e
fundamentalmente sendo solidários.
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